sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal.

Passamos o ano dizendo: "Chega Natal"
Este ano eu não disse.
Este ano ele chegou mais cedo do que o normal.
Realmente não ví o ano passar.
Foi muito rápido.
E agora é natal.
Este ano, foi fácil perder a paciencia por trivialidades.
Talvez seja assim para a grande maioria.
Mas é inadmissível tal intolerancia, se considerarmos que as pessoas são diferentes.
Ainda bem que as pessoas são diferentes, não posso imaginar tamanha monotonia do mundo, se fossemos iguais.
Na minha família, costumamos festejar o natal no dia 24 de dezembro, a noite.
Nunca seguimos padrões.
Sempre somos os últimos a sair da sala de um cinema, quando vamos ao cinema.
Raramente vamos a festas populares, no entanto é comum nos ver em concertos líricos.
É comum nos ver em restaurantes diferentes, ou em cidades distantes.
É raro nos ver em um barzinho com amigos.
Nem tudo fora perfeito, muitas coisas aconteceram.
Mas mais uma vez, terminamos o ano juntos. O que nos lembra que somos uma família.
Hoje, digo que está perfeito.
Dizer que está como eu realmente quis, é uma quimera.
Mas posso dizer que está perfeito.
Este ano, como todos os outros, minha mãe nos fez escrever cartas ao Papai-Noel.
Eu tenho 17 anos, e obviamente sei que o Papai-Noel é um ser mítico.
Meus irmãos também estão na mesma situação que eu, mas ainda assim, atendemos ao pedido de nossa mãe.
Não pelos presentes, mas sim pelo espírito.
Sei que meus irmão pediram presentes específicos em suas cartas, o que é aceitável, pois apesar da precoce maturidade deles, ainda são crianças.
Mas eu, particularmente, tive uma dificuldade este ano, para fazer meu pedido ao "Papai-Noel".
Pensei em algo que eu quisesse, que pudesse vir embalado em uma caixa, mas não consegui.
Ora, graças a Deus, nada me faltou. Sempre tivemos boas condições de vida, e tudo que desejei, obtive prontamente.
O que pedir para o Papai-Noel, se sou plenamente satisfeita com tudo que tenho?
Pode parecer prepotência, mas é assim que me sinto.
Realmente não preciso de mais para ser feliz.
Já sou feliz assim.
Mas, continuando, minha mãe exigiu que escrevesse tal carta, logo, tinha uma grande tarefa pela frente...
Uma tarefa tão simples e comum a todos, para mim tornara-se uma missão.
Sei que "Papai-Noel" divertiu-se com que escrevi em minha carta.
Este ano pedi paz, pedi amor, pedi união, pedi liberdade, pedi simplicidade, pedi carinho, pedi que o mundo seja ainda mais perfeito, claro, se possível.
Pedi também um namorado lindo, e um saco de dinheiro, mas este, definitivamente, não era o foco de minha carta.
Como de costume, a coloquei dentro de um sapato, e a pus na janela, ao lado dos sapatos dos meus irmãos.
Como de costume, na manhã seguinte, Papai-Noel levara minha carta, e deixara um chocolate bem grande para mim.
Mais tarde, pensando sobre isso, lembrei que na páscoa não é diferente.
Ainda procuramos os ovinhos pela casa, e é comum vermos patas de coelhos pelo chão.
Esse é o espírito. Não deixemos nossos sonhos e crenças morrerem porque crescemos.
Mantenhamos a nossa criança interior viva, para podermos ainda usufruir da beleza dos pequenos e simples momentos.
Seja olhar desenhos nas nuvens, quando estamos deitados na grama.
Seja brincar de bonecas com as crianças pequenas.
Sonhar.
Permitirmos ter a perspectiva de um mundo melhor, e contribuir, mesmo que só um pouquinho, para que isso se realize.
Feliz Natal!

2 comentários:

  1. Que demais, Carol! Belo post! Belo Blog!
    Vou acompanhar, sempre.

    Beijo, Feliz Natal e ótimo 2011!

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  2. Nada pode mudar uma linha de raciocínio! LS

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